sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Grande Guerreira

GRANDE GUERREIRA

Admiro pessoa guerreiras, àquelas que lutam pelos seus sonhos.  Correm atrás e sempre mantém o foco.  Fixados no seu desejo, criam uma força que nem entendia direito de onde vinha. 
Mas, depois analisando um caso familiar, de uma pessoa a qual julgava desprovida dessa força, percebi que estava muito errada. 
Errada em vários aspectos, primeiro por julgá-la.  Quem sou eu pra ter o direito de julgar alguém?  Bem eu, um ser humano tão falho, cheio de esquisitices e complicações emocionais. 
Quando a vi naquela cama de hospital, lutando pela vida, com uma garra, que até então desconhecia, compreendi que todos somos guerreiros e que enfrentamos as nossas batalhas cada um a seu modo.  E às vezes de maneira tão silenciosa e sofrida que o mundo, as pessoas a sua volta nem se dão conta.  
Todos nós enfrentamos uma guerra diária.  Tem dias que são por coisas simples, como não “socar” alguém no trânsito, ou até seu próprio vizinho.  Outros dias elas são mais duras, como uma grave doença. E aí a batalha é pela vida e não simplesmente pra se manter na vida. 
Entendem a dessemelhança.  O simples ato de levantar da cama.  Pode ser uma batalha contra a preguiça, contra uma depressão horrível ou contra dores e dificuldades físicas insuportáveis.  Guardadas as devidas proporções quero que percebam a diferença entre lutar pra se manter na vida e pela vida.  
Manter-se na vida no meu entender, são essas lutas simples do dia a dia.  O trânsito, o chefe, o marido mal humorada, a esposa implicante, o filho que não quer estudar e por aí afora.  
Lutar pela vida, propriamente dita, é mais complicado.  Implica em uma força diferente, uma guerra mais complicada e elaborada.  Onde os seus exércitos internos terão que ter um comandante estrategista, inteligente e perseverante.  Às vezes esse combate é só seu, silencioso, o mundo nem sabe que ele existe.  Quando 
uma pessoa que sofre de fibromialgia, por exemplo, acorda e é tomado por aquele desejo intenso de nem se mexer, levanta da cama e vai preparar o café da sua família, ou levanta e vai para o trabalho, está enfrentando esse tipo de batalha a que me refiro.  Silenciosa e íntima.
Outras vezes a luta, que a princípio era só sua, passa a ser da família inteira, dos amigos e até de pessoas que nem conhecemos, mas movidos pelo ato maior da compaixão se juntam a você e seja de maneira direta ou nos bastidores estarão lá, te impulsionando a não desistir da vida.  São às doenças graves, as perdas insubstituíveis, as provas literais que a vida nos apresenta, muitas vezes sem aviso e sem piedade. 
Algumas lutas, principalmente, as pra se manter na vida são perdidas e entregues de propósito, intencionalmente.  Mesmo porque, no dia a dia precisamos escolher as nossas batalhas.  Muitas delas não valem a pena ser vividas.  Mas a meu ver, desistir e se entregar, já seria uma guerra e para muitos bem complexa.  
Então há guerras e “guerras”, guerreiros e “guerreiros”.  Lógico que de imediato pensaremos que lutas pra se manter na vida são mais fáceis do que as para manter a vida.  Mas, acho que cada caso é um caso. Por mais que tentemos entender o nosso próximo e se colocar no lugar dele, não temos como avaliar as facilidades e dificuldades das guerras alheias.  Mal damos conta das nossas guerras, mal damos conta dos nossos exércitos.  
Só sei uma coisa.  Aprendi que realmente não devemos avaliar um livro pela capa.  Muito menos julgar as pessoas.  Todos têm a sua luta, todos somos guerreiros e devemos respeitar a maneira que cada um enfrenta isso.  
No meu caso aprendi de uma maneira muito positiva, quando vi uma frágil criaturinha numa cama, nos ensinando como se luta pela vida e o quanto podemos disfarçar e esconder nossa força.  
Táta esse texto é em sua homenagem.  Obrigada por me fazer entender que todos somos incondicionalmente guerreiros.  Obrigada pelo exemplo, obrigada por me mostrar o quanto eu estava errada sobre várias coisas.  Obrigada por me fazer entender que muitas batalhas não valem a pena ser vividas e que o Amor é essencial e inerente a nós todos.  Que quando nos unimos em volta de um propósito nos tornamos mais fortes ainda e que eu te amo e amo minha família, meus amigos e minha vida de uma maneira que nem imaginava.  
Obrigada meu amor pela sua luta e por não desistir dela.  E mais ainda, obrigada por voltar pra gente inteira.  
By Cecília

2 comentários:

  1. Maravilhoso texto. Minha luta foi pra parar de chorar depois que li! Desejo muito amor nas batalhas diárias, para todos!

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir